As religiões de matriz africana apresentam sínteses de conhecimentos, práticas e credos sagrados, trazidos nas memórias de africanos e africanas escravizados, permitindo a articulação de indivíduos em torno de sua memória ancestral e do passado deixado no continente africano e vivenciado nos territórios das diásporas. Nos terreiros de Candomblé foram reconstruídas identidades e retomadas referências sociais, históricas e culturais, ameaçadas pela escravidão, como, por exemplo, a estrutura familiar e a continuidade ancestral.
Deuses, ancestrais de homens e mulheres negros de ontem e de hoje, ao se fazerem presentes nas festas sagradas e no cotidiano afro-brasileiro, reforçam a continuidade temporal e espacial com o continente africano, e colaboram com a reinvenção de Áfricas e identidades negras, nas diásporas.
Divindades humanas e humanos divinizados, que se revelam com seus atributos de identificação baseados em seus arquétipos e suas trajetórias históricas: Histórias de Deuses/Deusas e Histórias da África-Brasil.
Espadas, Leques, Coroas e outros objetos da coleção do Museu Afro-Brasileiro da Universidade Federal da Bahia, traduzem e presentificam trajetórias de lutas e realezas míticas e históricas de Divindades, Homens e Mulheres Afro-Brasileiros. Trajetórias e Memórias presentes nas ruas, práticas culturais e indivíduos, na cidade de Salvador e tantas outras cidades do Brasil, de norte a sul, sem exceções.